Sentiu um estalo na parte de trás do tornozelo e agora a caminhada está comprometida? A ruptura do tendão de Aquiles é uma lesão comum em esportes e em movimentos repentinos, mas nem sempre é rapidamente reconhecida.
Neste texto você vai entender os sintomas mais claros, quais exames ajudam no diagnóstico e quais são as opções de tratamento, desde o primeiro socorro até a reabilitação. Vou usar exemplos práticos e passos fáceis para você saber o que fazer na hora certa.
O que é e por que acontece

A ruptura do tendão de Aquiles acontece quando as fibras do tendão que liga o músculo da panturrilha ao calcanhar se rompem parcial ou totalmente. Isso pode ocorrer em atletas que chutam, saltam ou fazem arrancadas bruscas.
Também é comum em pessoas com tendões enfraquecidos por idade, uso de corticosteroides ou mudanças rápidas na carga de treino.
Um rompimento pode ser súbito, com dor intensa, ou mais silencioso, quando a lesão está parcial. Entender o mecanismo ajuda a identificar o problema e buscar tratamento adequado.
Sintomas que não dá para ignorar
Nem toda dor no calcanhar é ruptura, mas alguns sinais apontam com força para o problema.
- Estalo perceptível: Sensação de ter levado um chute na parte de trás do tornozelo.
- Dor aguda imediata: Dor intensa no momento da lesão que pode diminuir depois.
- Dificuldade para subir na ponta dos pés: Fraqueza ao empurrar o pé para baixo.
- Inchaço e equimose: Hematoma ou roxidão na região do tendão.
- Vácuo palpável: Sensação de falha na linha do tendão ao toque.
Conforme orienta a equipe do Centro de Ortopedia Especializada em Goiânia (COE), se você reconhece dois ou mais desses sinais após um trauma, há uma alta probabilidade de ruptura. Procure avaliação médica para confirmar.
Exames que confirmam o diagnóstico
O diagnóstico começa com o exame físico. O teste de Thompson é simples e muito utilizado: com o paciente de bruços, o médico aperta a panturrilha; se o pé não se flexiona, a ruptura é provável.
Além do exame clínico, esses exames são úteis:
- Ultrassom: Mostra rompimentos parciais ou totais e define o tamanho do gap entre as extremidades do tendão.
- Ressonância magnética: Indica extensão da lesão e condições associadas, útil antes de cirurgia.
- Radiografia: Normalmente para excluir fraturas associadas.
O ultrassom é rápido e acessível. A ressonância traz mais detalhe quando há dúvida ou planejamento cirúrgico.
Primeiros cuidados imediatos
Nos primeiros minutos e horas, o objetivo é controlar dor e evitar agravamento.
- Imobilização: Coloque o pé em posição neutra, evitando flexão dorsal.
- Gelo: Aplique por 20 minutos a cada 2 horas nas primeiras 48 horas.
- Elevação: Mantenha o membro elevado para reduzir o edema.
- Procure atendimento: Avaliação médica em serviço de emergência ou ortopedia.
Tratamento conservador ou cirúrgico: como escolher
A escolha depende da idade, nível de atividade, extensão da ruptura e do tempo desde o trauma. Existem duas abordagens principais.
Tratamento conservador
Indicado para rupturas parciais, pacientes mais velhos ou com riscos cirúrgicos. Consiste em imobilização com bota ortopédica ou gesso, geralmente com o pé em posição de equino (pontas dos dedos apontando para baixo) por 6 a 8 semanas.
A reabilitação progressiva é essencial para recuperar força e amplitude. Estudos mostram que resultados funcionais podem ser semelhantes aos de cirurgia em certos grupos bem selecionados.
Tratamento cirúrgico
Como explicam ortopedistas em Goiânia, a cirurgia repara as extremidades do tendão e reduz o risco de reruptura, sendo frequentemente indicada em atletas e rupturas completas com gap grande. Existem técnicas abertas e percutâneas.
Após a cirurgia, a recuperação inclui imobilização inicial seguida de fisioterapia. O retorno ao esporte costuma levar vários meses, dependendo da intensidade do esporte e da evolução na reabilitação.
Reabilitação e retorno às atividades

A reabilitação é tão importante quanto a técnica escolhida. Ela segue fases claras:
- Fase inicial: Controle de dor, cicatrização e manutenção de mobilidade de joelho e quadril.
- Fase intermediária: Fortalecimento da panturrilha, propriocepção e treino funcional.
- Fase avançada: Retorno gradual a trotes e exercícios específicos do esporte.
Programas bem estruturados reduzem o risco de complicações e melhoram a recuperação. A paciência é importante: tentar acelerar pode provocar recaída.
Complicações possíveis
Reruptura, rigidez, dor crônica e atrofia muscular são algumas complicações. A cirurgia pode ter risco de infecção ou lesão de pele. O acompanhamento médico e a fisioterapia diminuem essas chances.
Quando procurar um especialista
Se houver suspeita de ruptura, busque atendimento de urgência. Um ortopedista vai confirmar o diagnóstico e orientar o melhor tratamento. Um bom especialista também orienta sobre prognóstico e tempo esperado para retorno às atividades.
Dicas práticas para prevenir futuras rupturas
- Aquecimento adequado: Faça exercícios de aquecimento antes de atividades intensas.
- Fortalecimento: Inclua exercícios de panturrilha na rotina de treino.
- Progressão de carga: Aumente intensidade e volume gradualmente.
- Calçados adequados: Use tênis com suporte e substitua-os quando estiverem desgastados.
Conclusão
A ruptura do tendão de Aquiles é uma lesão séria, mas com diagnóstico rápido e tratamento adequado a maioria das pessoas recupera boa função.
Identificar os sintomas, fazer exames como ultrassom ou ressonância quando indicado, e seguir o plano de tratamento e reabilitação aumentam as chances de retorno seguro às atividades.
Se suspeitar de ruptura, procure um especialista e siga as orientações médicas. Aplique as dicas aqui apresentadas e cuide da sua recuperação passo a passo.